8 de jul. de 2010

Tristesa não é doença - por Rodrigo da Silva

Tristeza não é doença
Por Rodrigo da Silva
“No infinito mundo dos rótulos, ao qual estamos acostumados, uma simples tristeza vira depressão e precisa ser medicada”
Existe nos dias de hoje uma desenfreada busca pela tal felicidade. Confundimos o prazer momentâneo com felicidade e nos jogamos em um abismo sem fim de consumismo onde, por breves instantes, conseguimos preencher nosso vazio interior e aí sim sermos “feliz para sempre”.
Quando eu compro um carro novo, aquilo me dá prazer, mas em poucos meses esse carro, deixando de ser novidade, passa desapercebido pelos meus olhos. Influenciado pelas propagandas que mostram familias felizes ou homens poderosos dirigindo seus automóveis eu acredito que preciso sentir aquele prazer novamente, me tornar mais seguro, mais visto, mais poderoso. Resultado: Compro.
Mas e quando o consumismo não dá conta do vazio interior de cada um? Vou ser um infeliz? Não vou ser tão feliz quanto as outras pessoas?
Essa linha de raciocínio serve para refletirmos sobre os rumos que viemos dando a nossa espécie, principalmente a essência da nossa natureza. Vivemos anestesiados, amordaçados, amortecidos, quando não é pelo consumo é pelo medo. Quando não é pelo medo é pelo poder. Quando não é pelo poder é pelas relações plastificadas, pela comida artificial, pelos remédios, etc.
No infinito mundo dos rótulos, ao qual estamos acostumados, uma simples tristeza vira depressão e precisa ser medicada. Como vivemos diariamente uma enorme pressão para sermos felizes , bonitos e legais qualquer sinal de tristeza é uma anormalidade e precisa ser combatida. O resultado disso são sentimentos anestesiados tornando as pessoas cada vez mais afastadas de suas essências, o que possibilita a co-criação de um normótico que anda como um zumbi cumprindo sua rotina de trabalhador consumista.
A indústria farmacêutica, uma das mais poderosas do planeta, através de suas “descobertas” prega a necessidade de uma “boa saúde” através de um caminhão de medicamentos. Não existe dúvida que o medo é a maior ferramenta utilizada por estas indústrias, que financiam congressos médicos, para influenciar a população em prol de seus lucros e poderes.
Terminou uma relação? Perdeu o emprego? Um amigo morreu? Chore, fique triste…daqui a pouco passa e tenha certeza que todos crescemos com isso.
Tristeza, assim como um carro novo, também passa e perde a graça.
Todos os sentimentos são agentes dinamizadores do processo evolutivo, precisamos conhecer os sentimento e não anestesiá-los. Irmos fundo na descoberta do nosso ser. Nos expormos, abrir o peito para a existência, para a percepção dos detalhes. É preciso coragem…


Para saber e conhecer um pouco mais:
www.formacaohumana.com.br

Nenhum comentário: